Brincadeiras Infantis

No Brasil, é possível encontrar uma infinidade de jogos e brincadeiras populares que fizeram parte da vida de nossos antepassados. São jogos repassados por familiares, professores ou colegas comumente de forma oral, sendo provável que não haja uma lembrança exata de quanto, por exemplo, se aprende a jogar amarelinha. Tendo um protagonismo cada vez maior das tecnologias e aparelhos, brincadeiras de rua estão sendo deixadas de lado. Há fatores que contribuem para isso como por exemplo a evolução urbana na construção de prédios e muitas grades e a questão de segurança pública, que muitas vezes faz com que as crianças não permaneçam na rua como antigamente.

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases e o asseguramento de direitos infantis, tornou-se necessário entender o papel do brincar no que tange a educação infantil. Há diversos estudos que explicam os motivos pelos quais é importante que as crianças desde muito novas possam brincar e desenvolver todas as capacidades lúdicas necessárias, mas os jogos populares podem também ser relacionados a ambientes domésticos e a educação informal. Estes jogos vem, muitas vezes, carregados por grandes costumes regionais, tendo eles variações como nomes e algumas pequenas regras.

Os jogos infantis são muitas vezes jogados em equipe, o que fortalece o espírito de coletividade. Também se utilizam de muita imaginação, criatividade e contribuem na compreensão de regras e metodologias de forma lúdica e didática.

A amarelinha é um dos jogos mais populares no Brasil. Pode ser jogado por muitas pessoas, em sequência, e requer concentração, além de ajudar a desenvolver o equilíbrio e as questões motoras. Risca-se alguns quadrados no chão com um giz e a criança pode pular nesses quadrados. O interessante é que, riscando o chão com giz, é possível que com o tempo a amarelinha seja apagada. Então é possível inovar a cada jogo, podendo até mesmo criar número de casas diferentes.

Dois jogos muito populares são o esconde-esconde (ou pique-esconde) e o pega pega (pique-pega). No esconde-esconde, uma criança é escolhida para contar e as outras se escondem. O objetivo da criança que conta é procurar as outras enquanto as outras devem “bater”, saindo de seu esconderijo e apresentando-se no lugar escolhido inicialmente para “bater”. Esse jogo tem muitas variações, sendo elas: a última criança pode “salvar o mundo”. Comumente, a primeira pessoa a ser batida tem que contar na próxima vez. A criança que “salva o mundo” salva os colegas que se escondiam, tendo criança que batia anteriormente tendo que contar e procurar seus colegas novamente. Já no pega-pega é escolhida uma pessoa para “pegar” as outras e seu objetivo é encostar em uma das crianças que corre. Encostando em uma determinada criança, a rodada começa novamente e ela precisa correr atrás de seus colegas.

Alguns outros jogos populares podem se utilizar de bolas. Em muitas regiões, é possível criar uma “bola de meia”, onde os adultos colocavam meias velhas ou jornal uma dentro da outra a fim de criar um objeto redondo improvisado no lugar de uma bola. Com uma bola oficial ou uma bola de meia era possível jogar uma “pelada” ou “queimada”. A pelada nada mais é do que um jogo de futebol sem muitas regras, tendo como objetivo marcar gol no adversário. Já na queimada, jogado com as mãos, divide-se em dois times e uma das pessoas do jogo tem como objetivo “queimar” um jogador do time oposto jogando a bola. É feito um rodízio para todo os jogadores poderem arremessar a bola no time adversário. Se o jogador do time adversário não segurar a bola com as mãos e a bola bater no corpo dele, ele estará fora do time. Ganha o time que terminar com mais jogadores

Há algumas brincadeiras que caíram em desuso nos últimos anos, sendo elas a bola de gude e o carrinho de rolimã. Estes contam com alguns materiais, mas o carrinho de rolimã era comumente feito junto a algum adulto e consistia em uma estrutura de madeira com rodinhas, onde era possível apostar corrida com outros carrinhos e brincar em ladeiras.

Existem milhares de outros tipos de brincadeiras que carregam consigo tradições e costumes regionais. Aprendendo elas, é possível também aproximar-se de diversos hábitos culturais no Brasil. É possível se deparar com traços folclóricos, familiares, contos, cantigas e ritmos ao passo que através delas é possível desenvolver habilidades bio-psico-sociais, motoras, auxiliar na socialização e pensar nos potenciais das crianças como seres pensantes e criativos.